Participação do Brasil e da América Latina no comércio mundial diminui em 2015. Previsão é de desaceleração em 2017.
Brasil ainda perde 10% de sua participação no mercado mundial desde a crise financeira internacional. Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado ontem mostra que a fatia caiu de 1,4% para 1,3%. Ao mesmo tempo, a cota da América Latina e Caribe caiu de 6,16% em 2010 para 6,07% em 2015.
Ainda que possa parecer pequena, o documento classificativa ambas as reduções. Em números, a variação se demonstra mais preocupante: US$ 14,3 bilhões. O número corresponde a 1,6% do montante exportado pela América Latina e Caribe em 2015.
O movimento reflete um aumento menor das exportações da região que as do resto do mundo. Enquanto as vendas externas de América Latina e Caribe avançaram 2,5% entre 2010 e 2015, a taxa mundial foi de 4,1%. As exportações brasileiras , por sua vez, caíram 6,1% no mesmo período. O destaque no continente ficou para o México, que aumentou sua participação no comércio mundia em 30,4%.
Avanço
Ainda que inferior ao ritmo mundial, o ano de 2017, no entanto, aponta um desempenho melhor para a região. A exportação cresceu 13,2% no primeiro semestre, após uma queda de 3,3% em 2016. A recuperação, segundo o BID, foi puxada principalmente pelos preços de produtos básicos. Há preocupação, no entanto, sobre a continuidade desse movimento. Projeções para o segundo semestre indicam uma provável desaceleração do crescimento.
Para o economista Paolo Giordano, coordenador do estudo, “a região enfrenta um cenário comercial substancialmente menos propício que o que prevaleceu antes da crise”. Por isso, defende ele, é preciso uma “mudança radical” nas políticas de inserção internacional para “reverter a perda competitiva”.