Nesse texto a atriz fala sobre sua experiência e sobre as diferenças discutidas sobre o ponto de vista do público jovem.
Por Ana Hikari
Desde que entrei nessa Malhação percebi que estava iniciando um trabalho que não seria apenas importante para minha carreira como atriz, como também me deixaria orgulhosa pela história que a novela traz.
Isso acontece, porque a nossa malhação se dispôs a dialogar com o público jovem falando sobre temas muito delicados e profundos. Assuntos que não se limitam à coisas banais, mas sim, abrangem questões da sociedade e como elas se relacionam com os adolescentes.
Falar sobre diferenças não é fácil, mas acredito que muitos pontos da nossa novela foram propositalmente escolhidos para que o tema se desenvolvesse com tanto primor.
Em tempos de crescente empoderamento feminino, não é à toa que eu e mais quatro meninas fomos escolhidas para protagonizar uma novela. Cada uma das cinco personagens traz consigo uma vivência e um universo diferente. Quando esses mundos se encontram, nós mostramos para milhares de pessoas no Brasil que é possível gerar muita empatia e amizade em meio a tanta diferença.
As diferenças e seu tratamento
Infelizmente, ainda é muito comum que a diferença seja tratada como algo negativo. Muitas pessoas tendem a olhar com desprezo o que é diferente. Acredito que pior do que o preconceito seja a discriminação, que basicamente é quando uma pessoa trata outra pessoa de maneira inadequada (e/ou excludente) por conta de uma diferença.
Geralmente essa discriminação vem baseada em um “pré conceito” em relação a uma diferença étnica, social, de gênero, cultural, sexual ou religiosa.
Dialogar sobre as diferenças não é simples como levantar uma bandeira de “somos todos iguais”, porque afinal de contas, nós não somos iguais. Somos diferentes. É isso é bom!
Viver bem é olhar para as diferenças, entender que elas existem sim e que elas podem coexistir. Isso só acontece quando conseguimos parar de proferir julgamentos sobre o que é diferente, sem aquelas típicas frases preconceituosas que ainda ouvimos por aí.
Eu espero que as histórias contadas pelas nossas personagens possam mostrar para o público que muitas situações que costumam ser mascaradas por “brincadeiras” ou “hábito”, são sim preconceito e nós não queremos que se repitam.
Assim como a Tina (que se posiciona contra as atitudes racistas da mãe), espero que todo mundo que nos assiste passe também a refletir e se posicionar contra essas atitudes discriminatórias que ainda acontecem. Dessa maneira, podemos construir um mundo diferente mais justo.