Estradas de plástico podem ser mais baratas e duráveis que de asfalto
Estrada de plástico. Parece surreal, inacreditável, mas, em breve, será possível. Aliás, já está sendo possível. No dia 11 de setembro foi inaugurada na Holanda a primeira estrada, uma ciclovia de 30m, feita com 70% de plástico reciclado e 30% de polipropileno, um termoplástico reciclável. A ciclovia foi implementada em Zwolle, na Holanda.
O trecho será utilizado como fase de teste para o produto PlasticRoad. O produto está sendo desenvolvido por duas holandesas: a KWS, construtora de estradas, e a Wavin, fabricante de tubos de plástico. As empresas firmaram parceria com a Total, francesa fornecedora de gás e petróleo. Uma segunda ciclovia piloto está sendo construída na cidade de Giethoorn.
Lixo
O plástico é, muitas vezes, pouco aproveitado. De toda a quantidade de plástico produzida desde os anos 1950, menos de 10% é reciclado, segundo a revista The Economist. A grande maioria é descartada incorretamente e acaba nos aterros sanitários.
Infelizmente, as previsões para o futuro não são boas. Só em 2018, devem ser produzidas cerca de 380 milhões de toneladas de resíduos plásticos. Isso é três vezes mais do que as 120 milhões de toneladas de betume usado para asfaltar estradas.
A tecnologia de pavimento produzido em plástico reciclável pode, portanto, ajudar a diminuir esse prejuízo. Espera-se que em breve se possam desenvolver seções inteiras produzidas com o material. Com o tempo, as estradas de plástico podem ganhar circuitos de energia para alimentar carros autônomos e elétricos.
Estrada de plástico: durabilidade e baixo custo
Uma vantagem que a estrada de plástico pode apresentar é a durabilidade. Os fabricantes estimam que a estrada de plástico tenha vida útil até três vezes maior do que as convencionais.
Além disso, elas possuem custo bem mais baixo. Isso se justifica devido ao tempo de construção e implementação desse pavimento seriam reduzidos em até dois terços.
Outra grande vantagem é que o plástico usado nas estradas poderá ser reciclado. Ainda está em estudo o desempenho desse tipo de estrada, o possível desgaste e os ruídos produzidos pela passagem de carros.
Outras iniciativas
A ciclovia holandesa não é a única no mundo. A empresa britânica MacRebur tem um projeto similar para uma rodovia no campus da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. Para isso, vários plásticos especializados em fabricação de rodovias estão sendo desenvolvidos.
No entanto, o fundador da empresa ressalta um problema desses plásticos desenvolvidos pela MacRebur, apesar de ela já possuir experiência no ramo, tendo construído estradas, estacionamentos e pistas de aeroportos com mistura de plásticos em diversas partes do mundo. “A mistura é proveniente de um tipo de plástico que não é barato ou fácil de ser reciclado, e por isso, acaba em aterros sanitários”, disse o fundador da empresa Toby McCartney em entrevista à Economist.
Sacolas e embalagens
Outro país interessado em desenvolver essa tecnologia é Austrália.
No início deste ano, um trecho de 300 metros foi concluído em Rayfield Avenue, um subúrbio de Melbourne. O material foi obtido por meio de mais de 200 mil sacolas plásticas e embalagens, de 63 mil garrafas de vidro trituradas e de um toner com 4.500 cartuchos de impressora.
Entretanto, a estrada não foi feita totalmente de plástico. Foram adicionadas ainda 50 toneladas de asfalto, a fim de produzir um total de 250 toneladas de material para a construção das estradas.
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