A pandemia do novo coronavírus tem sido um tormento para o brasileiro. Em várias cidades, o isolamento tem sido parcial; em outras, praticamente total. Este é o caso de Fortaleza (CE), São Luís (MA) e Belém (PA), que adotaram o sistema de lockdown, em que a circulação de pessoas é permitida apenas para comprar alimentos, transportar doentes ou realizar serviços de segurança.
O descumprimento da medida pode acarretar penas bastante desagradáveis como multas ou até prisão. E, para que se possa sair de casa, muitas vezes é necessário possuir alguma declaração que demonstre a necessidade de se fazer algo tão corriqueiro.
O pensamento de muitos é, principalmente, na saúde dos habitantes. Entretanto, para quem vive do comércio, outra preocupação tem vindo à tona: o desemprego. Este é o caso dos shoppings.
Pandemia do desemprego
Os shoppings talvez tenham sido o comércio mais afetado pela pandemia. Fechados desde meados de março, não há qualquer previsão de reabertura de suas lojas, dado que há grande possibilidade de aglomeração. Tal medida começa mostrar uma dura realidade: o fechamento de lojas.
Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), que representa cerca de 105 mil lojas em todo o país, 15 mil não deverão reabrir após o término da pandemia. Os dados são preliminares, mas mostram a situação caótica em que estamos vivendo. E a tendência, infelizmente, pode ser de aumento desses números, como demonstra o presidente da entidade, Nabil Shayoun.
Essa situação vai piorar se governadores e prefeitos não determinarem a reabertura gradual e cuidadosa da economia. Mais de 4 mil municípios têm condições de permitir a reabertura, pois têm baixa ocupação de UTI´s. Percebemos que a OMS sempre fez a recomendação para que as pessoas ficassem em casa, mas nos últimos 15 dias a mesma organização tem dito o contrário em países de economia frágil como o Brasil.
Nabil Shayoun
Infelizmente, em meio a tanto medo, muitos prefeitos e governadores insistem em manter os comércios fechados. Apesar dos mais de 390 mil casos e dos mais de 24 mil óbitos confirmados pelo Ministério da Saúde, existem condições para que se faça uma reabertura gradual do comércio. O caso do Uruguai (confira aqui), nosso vizinho e com condições bastante parecidas às vividas em nosso país, nos deixa com esperanças de que nossos gestores se sensibilizem e tentem salvar milhares de pessoas do desemprego.
Esperança
Assim, fazemos eco à voz do presidente da Alshop, que diz ser necessário um equilíbrio entre economia e saúde. Para ele, as medidas restritivas têm feito a arrecadação desabar dificultando a obtenção de receitas para manter o sistema de saúde em funcionamento e os salários dos servidores.
Para o setor calçadista, uma esperança existe quando se vê que medidas estão sendo tomadas pelas entidades de sua área. Os lojistas de shopping, por exemplo, podem ao menos ter alguma expectativa, pelo menos se depender da entidade que os representa.
Como relata Shayoun, foram apresentados protocolos de distanciamento e higienização dos ambientes comerciais que inclusive já foram adotados. “Entendemos que o consumidor será cauteloso e já sofreu queda de renda – o que não levará a situação a um patamar normal. Ainda assim a reabertura é uma forma de equilibrar a arrecadação, salvar empregos e vidas equilibrando saúde e economia”, afirma o presidente da Alshop.
Que assim seja.