Lojas fechadas, comércio parado e uma mensagem que ecoa em nossos ouvidos: “fique em casa”. A toda hora se ouve ou se lê esse pedido de diversas autoridades, uma vez que ainda se busca a vacina contra o coronavírus.
A doença, que paralisou o mundo, é uma grande novidade para todos e o tratamento para ela tem sido causa de grande discussão. Por um lado, há os defensores da cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento da doença; por outro, aqueles que buscam a vacina contra o coronavírus.
Vacina contra o coronavírus: controvérsias
Em relação aos primeiros, a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), em seu site, indica que o uso deve ser feito para casos mais graves e com acompanhamento médico, nao devendo ser ministrada para combater ou prevenir todos os casos da doença.
Por sua vez, a busca pela vacina que pode ser o meio mais eficaz na luta contra o coronavírus ainda está sendo feita. Entre as mais de 70 que estão sendo desenvolvidas, três já estão em fase de testes nos seres humanos – o que pode trazer uma evolução bem mais rápida na tentativa de se vencer a pandemia.
Coronavírus e a economia
Além da preocupação com a saúde das pessoas, é preciso olhar um outro lado dessa pandemia: o econômico. E o setor calçadista, infelizmente, não está imune a essa realidade. Feiras como a Francal e SICC tiveram suas datas adiadas.
A Feira de Calçados de Nova Serrana (Fenova), por sua vez, teve sua edição de março adiada para agosto deste ano. O motivo? A possibilidade de aglomeração e disseminação do vírus.
Em Nova Serrana, importante polo calçadista brasileiro, o cenário é desanimador. Ainda que não haja dados conclusivos – uma vez que está sendo uma pesquisa sobre a situação – , o que se vê é desolador. Empresas fechando, outras demitindo funcionários, outras reduzindo a jornada de trabalho mostram o quanto se torna urgente a necessidade de uma vacina contra o coronavírus.
Prejuízo para o varejo será enorme.
O comércio varejista deve sofrer um grande abalo enquanto a vacina contra co coronavírus não puder ser aplicada. Estimativas da Fecomercio dão conta de que se pode haver uma retração de R$115 bilhões a R$138 bilhões.
Antes do período, a perspectiva da Fecomercio SP era de que o comércio brasileiro atingisse quase R$ 2 trilhões de faturamento em 2020. Com isso haveria um crescimento de 2,4% em relação ao ano passado, ou R$ 5,4 bilhões de vendas diárias nos 366 dias deste ano.
Cenário de incertezas
Enquanto a vacina contra o coronavírus não se torna uma realidade palpável, o cenário é de incertezas para o setor calçadista. E esse é o caso de Luiz Cláudio Gomes , dono de algumas lojas de calçados, em Caratinga, Minas Gerais. ” No meu negócio, houve uma queda entre 40% e 60% , mas ainda não consigo mensurar o prejuízo de forma correta”, afirma.
Para Luiz Cláudio, é até difícil fazer uma perspectiva para este ano. Com o distanciamento social, eventos de grande porte estão praticamente descartados durante boa parte do ano. “Às vezes a gente pensa que tudo vai passar, que lá para maio, junho ou julho vai melhorar. Mas aí me lembro de que as botas que recebi aqui podem não ser vendidas. Haverá inverno, mas não vai haver festas, exposições. Como vou vendê-las?”, questiona o empresário.
Entretanto, apesar das dificuldades, Luiz Cláudio conta com alguma melhora. ” Como comerciante, depois que essa pandemia passar, espero que as coisas melhorem. Temos que ser otimistas”, finaliza.