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Uma perda impactante, mas esperada

Setor calçadista perde mais de R$13,6 bilhões no último semestre. Número de demissões também é grande

perda

R$13, 6 bilhões. Esse é o total de perda que o setor de varejo calçadista perdeu no último semestre, devido à pandemia do novo coronavírus. Esse valor se torna ainda mais impactante se considerados apenas os meses de março a junho. Nesse período, o prejuízo foi de R$13,2 bilhões.

E o que  agrava o cenário é que boa parte das cidades já reabriu de alguma forma o comércio. O setor calçadista passa por um momento sem precedentes, como aponta o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Marcone Tavares.

“O setor sofre a pior crise da sua história, com queda de vendas de 53% no primeiro semestre e projeção de dificuldades ainda maiores nos próximos meses”, afirma. E, para este semestre,  a previsão não é das mais animadores:  redução de 60% nos negócios. E isso pode significar uma perda de faturamento para R$ 28,5 bilhões em 2020.

Demissões

Uma consequência natural da perda desse valor significativo são as demissões. Trabalhando com 30,9% da sua capacidade instalada, o setor calçadista tem precisado fazer cortes em seus quadros para sobreviver.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, o número de empregos perdidos entre janeiro e maio é de 37 mil pessoas. Entretanto, entre março e maio, foram mais de 52 mil trabalhadores demitidos.

“O impacto se dá, sobretudo, pelo fechamento do comércio, que responde por mais de 85% das vendas totais da Indústria”, afirma o executivo. Ferreira acrescenta ainda que 90% das empresas consultadas por uma pesquisa  realizada pela Abicalçados apontaram este como o principal impacto na produção.

Perda também na produção

Se há menos empregados, também há diminuição da produção. E esse percentual é alarmante. Segundo da pesquisa da Abicalçados,  produção de calçados caiu 70,5% em abril na relação com o mesmo mês do ano passado. Para maio e  junho, a previsão é um pouco melhor, porém muito longe do ideal.

Para maior, uma diminuição de 65,5 %  e, para junho, 61%  menos que o total produzido nos mesmos meses em 2019.  “Existe um arrefecimento da queda na produção, que vem se dando paulatinamente e concomitantemente à abertura do comércio em alguns grandes centros comerciais”, pontua Ferreira.

Com a abertura gradativa, espera-se que esse cenário se modifique um pouco até o final do ano. Mas será o suficiente para salvar este ano?

 

Paulo Filipe Lacerda

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