Boas notícias para o setor calçadista. Depois de um primeiro semestre arrasador, com a perda de 44 mil novos postos de trabalho, devido à pandemia do novo coronavírus, o mercado de calçados parece estar em recuperação. Isso porque foram criados, apenas entre julho e outubro deste ano, 28 mil novos empregos. Os dados são do Ministério da Economia , elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Porém, ainda não há o que festejar. O saldo do setor ainda segue negativo em mais de 16 mil postos, gerando 11,4% menos empregos do que no mesmo período de 2019. Atualmente, o setor emprega, diretamente, 252 mil pessoas.
Recuperação passa pela reabertura do varejo físico
Apesar do grande impacto da venda on line, muito dessa recuperação da área passa pela reabertura do varejo físico. É o que aponta o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. Ele destaca essa importância, principalmente especialmente em grandes centros comerciais, como São Paulo. “São Paulo responde por mais de 40% do total comercializada pela indústria calçadista no mercado doméstico, que por sua vez representa mais de 85% das vendas totais do setor”, explica.
Por sua vez, o momento de lockdown foi catastrófico para o setor. Segundo Ferreira, o impacto do fechamento do comércio resultou na perda de quase 60 mil postos de trabalho. Os dados são apenas dos meses de abril, maio e junho deste ano, os mais agudos da crise.
“Mesmo com uma recuperação gradual nos últimos meses de 2020, devemos fechar o ano com uma queda de produção na casa de 25%, o que vai nos levar ao patamar de 16 anos atrás, com cerca de 650 milhões de pares produzidos”, projeta.
Tendência é de alta
Se, para 2020, a projeção é de déficit no número de vagas criadas e queda na produção, o mesmo não se pode dizer em relação ao próximo ano. Para o presidente da Abicalçados, a tendência de recuperação da demanda doméstica e das exportações de calçados fará o setor ter um crescimento de cerca de 19%. Isso, porém, não garante a volta ao patamar de 2019.
“Mesmo assim, na melhor das hipóteses, com vacina e varejo liberado, não chegaremos ao patamar pré-crise. Ou seja, para empatar com 2019 somente em 2022”, conclui o executivo.